29 de abril de 2014

Gajo Borbulha

Quando esta tira foi desenhada, Cavaco Silva já tomara posse como presidente da república há mais de meio ano. Com um primeiro mandato onde tentou passar despercebido (como é prática habitual, na tentativa de alcançar o segundo mandato), a crise da dívida e a pré-bancarrota acabaram por acossá-lo na torre de vidro onde se havia encerrado. Com anticorpos espalhados em largos sectores da sociedade portuguesa, muitos não esqueceram que, nos quarenta anos do regime, acabados de completar, Cavaco Silva foi primeiro-ministro ou presidente durante dezoito deles...

28 de abril de 2014

Tóne Chopinho

A partir de determinada altura, os portugueses descobriram a duvidosa apetência para quebrar alguns dos recordes do livrinho magicado pela cervejeira irlandesa - com as televisões sempre à espreita. Na verdade, o tema tornou-se enjoativo...

20 de abril de 2014

25 de Abril, 40 anos. Festejar o quê?

Foi o regime saído do 25 de Abril que nos trouxe à situação actual. Os problemas que vivemos não começaram em 2011, nem em 2008, ou 2000, ou 1993 - começaram em 1974. Todos os vícios e erros de que enferma este regime datam da sua origem: uma desgraçada revolução, em vez de uma transição ordenada, à qual se seguiram os anos de desgoverno que acabaram com o que restava. Pior que isso, a revolução instaurou uma cultura de irresponsabilidade e facilitismo, onde o mérito não é premiado, onde nada se exige para que nada seja exigido em troca, onde se julga normal ter todos os direitos sem a contrapartida de qualquer dever.
O FMI foi chamado a intervir em 1977 e 1983, mas, das reformas necessárias nada foi feito, e nem sequer aprendemos com os erros. Apenas à custa da desvalorização da moeda adiamos os nossos problemas, com perdas assustadoras do poder de compra, desemprego, etc. Desde 1974 o Estado passara a acumular deficits, ou seja, dívida, e isso continuou a acontecer ano após ano, todos os anos, até hoje. Apesar disto, foi "vendida" uma ideia utópica do "estado social": aquilo que os franceses ou os nórdicos conseguiram num trabalhoso processo de longas décadas, implantar-se-ia aqui por um passe de mágica: tudo, para todos, ao mesmo tempo!
Com a adesão à CEE vieram os fundos de coesão europeus, e, em vez de se aproveitar a nova oportunidade para reformar o país, continuou a desperdiçar-se o dinheiro de forma não produtiva, alimentando grupos de interesse que medraram à sombra das negociatas. Satisfazer clientelas para ganhar eleições continuava a ser o único desígnio da governação, enquanto se hipotecava o futuro. Quem lucrou com a Expo 98, o Euro 2004 e os 2700 km de auto-estradas, e tantas outras obras do regime que hoje continuamos a pagar e de nada nos servem?
Com a integração no Euro (um monumental erro de avaliação que passou impune) chegou o crédito barato e continuamos a endividar-nos alegremente a 10% ao ano. Apesar da torrente de dinheiro injectado na economia, o crescimento económico era nulo. O fim estava à vista.
Que regime é este, onde boa parte dos políticos chegam de mãos vazias e partem com enormes fortunas pessoais? Onde a corrupção é generalizada e impune? Onde um padeiro que, alegadamente, terá roubado 70 cêntimos, é condenado a uma multa de 315 euros, com hipótese de vir a cumprir pena efectiva, enquanto os Jardins Gonçalves vêem prescrever os seus processos de milhões? Onde os Fantasias e os Catums do BPN nunca cumprirão qualquer pena, porque é hoje dado por adquirido que os tribunais, mesmo que funcionem sem imprevistos, nunca conseguirão terminar o processo antes da prescrição? Onde os ladrões e assassinos são libertados por erros processuais ou excesso de garantismo, e as suas vítimas são tantas vezes condenadas?
Vamos celebrar o quê? Não há nada a celebrar.

19 de abril de 2014

Gajo Borbulha


O tema desta tira é um clássico da esperteza nacional: o dia da greve geral utilizado em proveito pessoal. E como, normalmente, é marcado para uma sexta-feira isso significa umas mini-férias (o Gajo Borbulha, com os seus biscatos é uma excepção); no dia útil seguinte, passada a guerra dos números, entra o respectivo atestado médico...

15 de abril de 2014

Gajo Borbulha

Esta tira do Gajo Borbulha representou um passo mais no alargamento do seu universo, ao apresentar o seu filho, Lenine. O tema das aulas de substituição (destinadas a acabar com os tempos mortos devidos à falta de um professor) era por essa época motivo de alguma controvérsia, mais por parte dos professores que dos alunos, diga-se em abono da verdade.

14 de abril de 2014

Tóne Chopinho


Segundo "cartoon" do Tóne Chopinho, datado de Outubro de 2006, dos sete que foram publicados no 30 de Fevereiro.

11 de abril de 2014

Gajo Borbulha


Tendo por fundo uma das polémicas medidas tomadas por Correia de Campos, o Gajo Borbulha utiliza uma mnemónica inesperada, enquanto Falópio continua com os seus habituais pontapés na gramática...

10 de abril de 2014

Anda, Pacheco!


Já não me recordo das circunstâncias exactas que me levaram a fazer este desenho, datado de Fevereiro de 2006 - provavelmente uma das lérias do Pacheco Pereira. Pacheco Pereira é outro dos ex-maoistas que foram parar ao PSD, e ninguém percebe hoje porque ainda se mantém no partido, a menos que pretenda bater o recorde do franco-atirador há mais tempo em actividade.
A frase "Anda, Pacheco!" foi celebrizada pela fadista Hermínia Silva, também aqui caricaturada juntamente com o António Chainho, um dos mais conceituados guitarristas do género.
Por curiosidade, mostro também os vários passos que levaram ao desenho final.
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8 de abril de 2014

D. Bibas, o bobo do corte

Antes de se tornar dirigente desportivo, com um ar que não destoaria na série "The Sopranos", Rui Costa foi um dos mais bem-sucedidos futebolistas portugueses. Num dia do Outono de 2006, quando o jogador ainda pisava os relvados, os três diários desportivos resolveram fazer uma manchete que pouco tinha a ver com a prática do desporto, propriamente dito - o que acontece frequentes vezes, porque ter de arranjar notícias todos os dias não deve ser nada fácil...

6 de abril de 2014

D. Bibas, o bobo do corte

As frases que se podem ler nos primeiros três quadrados desta tira, faziam parte de uma campanha anti-racista que à época passou nos meios de comunicação. Julgo que esta era a campanha "Todos diferentes, todos iguais", que em pouco tempo deu origem à irónica frase "todos diferentes, todos a roubar" - e isto sem qualquer conotação racista, o problema era (e ainda é...) generalizado.

4 de abril de 2014

Tóne Chopinho


Esta personagem criada pelo Mário Teixeira fez a sua aparição em 2006 no velho 30 de Fevereiro, onde foram publicados sete "cartoons". Os "gags" são de um único desenho, inspirados normalmente em cenas da vida real - frases perdidas, ou nem tanto, que o autor captou em seu redor - porque é bem sabido que muitas vezes a realidade ultrapassa a ficção.
O Tóne Chopinho incarna o que de pior existe no português: a ignorância arrogante, a imbecilidade, o conformismo. Neste desenho em particular, Tóne Chopinho congratula-se com o quarto lugar então alcançado pela selecção portuguesa no mundial de futebol da Alemanha, num fraseado de perdedor resignado.
Estes "cartoons" foram entretanto redesenhados, num estilo radicalmente diferente e sem cor, estando prevista a sua publicação numa espécie de apêndice ao livro do Gajo Borbulha, fazendo a ligação através do Falópio, de quem Tóne Chopinho é amigo.

2 de abril de 2014

Gajo Borbulha

O Gajo Borbulha vai percorrendo todos os lugares-comuns da intervenção comunista, acompanhado de perto pelo seu amigo Falópio. A explicação alargada está aqui.

1 de abril de 2014

D. Bibas, o bobo do corte


O "fatídico" dia 6 de Junho de 2006, que alinhava três 6 de mau agouro, passou despercebido, à excepção de algum jornalismo com falta de notícias. Mas até essa pecha era por esses dias facilmente remediada, com os inevitáveis directos para "encher chouriços", à porta do hotel onde a selecção nacional de futebol fazia o seu estágio, nas vésperas do Alemanha 2006. A propósito: mais umas semanas e vamos levar com outra dose...